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Impulsividade: como são os bastidores do nosso cérebro?

Por: Danielle Rossini - Responsável pela triagem neuropsicológica no Pro-AMITI


Nossos impulsos muitas vezes se sobrepõem a nós. E quando percebemos, já estamos agindo por eles como se fosse algo "sem pesar". Mas, será que esta é realmente a forma como nosso cérebro funciona?


Nós, da equipe de neuropsicologia da Pro-AMITI, estamos aqui para te dizer que não é bem assim. Hoje, você entenderá em mais detalhes como a nossa estrutura cerebral influencia e é influenciada pelos nossos impulsos.


Para introduzir o tema, é importante destacar que, ao longo de nossas experiências, vivenciamos situações e aprendemos maneiras de lidar com elas – às vezes mais, às vezes menos eficazes. 


Independentemente disso, se essas formas aprendidas são acionadas com frequência, elas formam padrões cerebrais preferenciais de respostas. Em outras palavras, nos acostumamos a responder a certas situações de determinadas formas. 


Os elementos que contribuem para a construção desses padrões vêm de várias fontes, como aprendizagens sociais, emocionais e até mesmo aspectos mais racionais. Todos esses elementos juntos formam uma arquitetura cerebral única para cada um de nós, que, juntamente com a maturidade do nosso sistema cerebral, influencia nossos comportamentos.


Agora que você já tem uma noção sobre como esses padrões são desenvolvidos e evoluem, também é importante mencionar que eles são mutáveis, o que chamamos de plasticidade cerebral nas neurociências.


E é assim que chegamos ao bastidor cerebral por trás dos impulsos. A impulsividade é um fenômeno bastante complexo onde todos os elementos mencionados anteriormente se misturam para influenciá-la.


Impulsividade

Durante o nosso desenvolvimento, é possível que a arquitetura cerebral que propicia um perfil mais impulsivo seja moldada com sistemas de controle/regulação mais frágeis e/ou que apresente áreas menos eficientes que seriam responsáveis por comportamentos mais ponderados, atentos e planejados. Na neuropsicologia, chamamos essas competências de controle inibitório, tomada de decisão e planejamento, por exemplo. E, ao avaliarmos essas competências por meio de testes e tarefas neuropsicológicas em pessoas impulsivas, podemos identificar que elas são menos eficazes nestes casos.


Portanto, só para reforçar o que foi dito anteriormente: não é que sempre agimos sem pensar quando temos uma atitude mais impulsiva; mas às vezes nosso pensamento é atropelado!


E, não se preocupe, o fato de essas competências serem menos eficazes durante a avaliação não significa que a pessoa está destinada a ser impulsiva para sempre! Estudos indicam que esse perfil neuropsicológico, no que diz respeito à tomada de decisão, pode melhorar com o tratamento de transtornos, como o de jogo patológico.


Com base nessas informações, entendemos o quão importante e abrangente é o tratamento da impulsividade quando ela se torna disfuncional. A neuropsicologia é uma das formas de entendermos como a impulsividade funciona e compreender mais sobre esses processos e estruturas cerebrais tende a acelerar o processo de retomada/ajuste dos padrões que nos levam a uma auto regulação mais eficaz.


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