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Quando jogar deixa de ser divertido e passa a ser um problema: dependência em jogos

Atualizado: 10 de ago. de 2023

Muitas das nossas habilidades são aprendidas desde a mais tenra idade, na interação com nossos pares e em todas as fases do nosso desenvolvimento.


O mais interessante é que, desde os gracejos do bebê, na utilização de objetos e jogos ou nas atividades em grupo, por meio do brincar até a vida adulta, quando participamos de uma partida de gamão, capacidades importantes são aprendidas e reforçadas!


Durante a infância até nos tornarmos adultos jovens, esta exposição permite que recursos com memória, atenção, planejamento, controle e estratégia, de maneira quase imperceptível, e de acordo com o tipo e a quantidade, transforme nossa capacidade de avaliar as situações de modo mais adequado ou não.


E aí vem a questão: Brincar é fundamental para a construção de fatores cruciais

e o ideal é utilizarmos de jogos para isso, pois durante todo o tempo, eles nos desafiam com interpretações, com regras e é claro com as noções de tempo e espaço.


A questão é que existe uma diferença fundamental entre brincar (e jogar) e jogar até se envolver, apostar e perder o controle, ou seja, apresentar um vício em jogos.


No jogo de azar é necessário empenhar um bem ou valor financeiro na previsão de um evento futuro, para o qual o resultado não depende da ação de quem apostou. As apostas podem acontecer em locais físicos ou plataformas online. Bingo, vídeo bingo, poker, esports betting, jogo do bicho, roleta e até mesmo investimentos em Mercado futuro são exemplos de atividades envolvendo apostas, nas quais quem experimenta pode ter como resultado a perda do controle e consequentemente ter prejuízos psicossocial, sofrimento subjetivo nas relações interpessoais e sociais, além de endividamento.


Transtorno de Jogos


É importante lembrar que quem desenvolve um problema, pode ter dificuldades de níveis e gravidades diferentes, além disso, dadas as suas semelhanças com as substâncias químicas, o portador de Transtorno do Jogo (TJ) precisa ser ajudado, bem como um dependente de álcool ou de maconha.


Algumas perguntas importantes para entender se você, ou seu familiar, pode estar desenvolvendo o Transtorno do Jogo:


- Quando você joga, você volta um outro dia para recuperar o que perdeu?

- Você já se sentiu culpado pela forma como você joga ou devido às consequências do seu jogo?

- Você já quis parar de jogar, mas achou que não conseguiria?

- Você já emprestou dinheiro de alguém e não pagou devido ao seu hábito de jogar?

- Você já escondeu comprovante de aposta, cartão de loteria, dinheiro de jogo ou outros sinais de jogo da sua esposa, filhos ou outra pessoa importante para você?



Reconhecer que existe um problema e procurar ajuda não são tarefas fáceis. Quando isso acontece é fundamental que o apoio de profissionais de saúde, familiares e pessoas próximas ocorram, para que haja um incremento na motivação e o estímulo para a variação de estratégias visando promover a abstinência.


Como dica no que se refere ao tratamento de TJ sugere-se que ocorra a supressão do comportamento de jogo problemático, a reparação dos problemas causados por ele, a promoção da saúde geral de qualidade de vida.


Autora: Psicóloga Mestre Mirella Martins de Castro Mariani

Supervisora do Programa Ambulatorial do Jogo IPQFMUSP

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